Carolina de Jesus
terça-feira, 17 de abril de 2018
Do buraco que abriu no seu peito e você entrou nele com os braços o rosto os olhos o pescoço e não saiu mais
Depois só tinha os pés pra ir não sei pra onde, mas ia.
quinta-feira, 12 de abril de 2018
poema sobre pronomes
a gente era novo demais pra se amar. a gente era novo demais pra se amar?
a gente era óbvio demais pra se amar. a gente era noivo demais pra se amar.
a gente era nóbvio demais. a gente era demais. a gente era a gente demais pra se amar? a gente era a gente pra se amar? a gente era o quê?
a gente era ou foi.
éramos agentes demais pra nos amarmos.
éramos novos agentes pra se amar.
a gente amava ser a gente pra se amar.
a gente amava o erro do outro demais pra se amar. a gente se amava demais pra se amar.
a gente amava ser novo pra amar.
cadê eu?
a gente era óbvio demais pra se amar. a gente era noivo demais pra se amar.
a gente era nóbvio demais. a gente era demais. a gente era a gente demais pra se amar? a gente era a gente pra se amar? a gente era o quê?
a gente era ou foi.
éramos agentes demais pra nos amarmos.
éramos novos agentes pra se amar.
a gente amava ser a gente pra se amar.
a gente amava o erro do outro demais pra se amar. a gente se amava demais pra se amar.
a gente amava ser novo pra amar.
cadê eu?
Mãe
a inteireza é minha,
não é tua.
o desejo de ser toda minha é meu, não é teu.
AI DE MIM, ela me disse.
o ódio roendo o peito, bem aos poucos. É pior assim, ela continua.
Do que morrer de amor todos os dias.
A mãe é minha, não é tua. Eu avisei.
E até hoje eu luto com o meu próprio colo pra farejar quem foi que sorveu por último o leite que ela não me ofereceu.
Dói, ser mãe de mim mesma.
Dói, abrir o peito e parir a mim.
Eu choro e o consolo vem de fora.
Do vento que encosta na face e rouba de volta o que nunca foi meu.
Dor, expressão passageira. De uma permanência inconstante que nunca desvaneceu.
Fazia tempo que eu não morava nos versos, ela termina.
A última vez foi naquele outro roubo que nunca esqueceu.
não é tua.
o desejo de ser toda minha é meu, não é teu.
AI DE MIM, ela me disse.
o ódio roendo o peito, bem aos poucos. É pior assim, ela continua.
Do que morrer de amor todos os dias.
A mãe é minha, não é tua. Eu avisei.
E até hoje eu luto com o meu próprio colo pra farejar quem foi que sorveu por último o leite que ela não me ofereceu.
Dói, ser mãe de mim mesma.
Dói, abrir o peito e parir a mim.
Eu choro e o consolo vem de fora.
Do vento que encosta na face e rouba de volta o que nunca foi meu.
Dor, expressão passageira. De uma permanência inconstante que nunca desvaneceu.
Fazia tempo que eu não morava nos versos, ela termina.
A última vez foi naquele outro roubo que nunca esqueceu.
menos
Eu estou apaixonada por todos os homens que já me amaram e também por aqueles que não me amaram.
Eu me apaixono pela minha capacidade de me apaixonar. Eu me apaixono pelo sofrimento amoroso dos outros, e pelo meu próprio. E assim, continuo.
Eu queria entender, não sei se me tenho. Acho que quanto mais me tenho, menos me tenho.
Eu me apaixono pela minha capacidade de me apaixonar. Eu me apaixono pelo sofrimento amoroso dos outros, e pelo meu próprio. E assim, continuo.
Eu queria entender, não sei se me tenho. Acho que quanto mais me tenho, menos me tenho.
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