A grande maldade
Foi ter me feito enamorar por mim mesma
Sem nenhum perigo.
E quando caem abacates no telhado de vinil,
Eu não me lembro em que parte do mundo foi que te esqueci
E se esqueci foi remorso da vida
De outros carrascos
Em outros barrancos
Onde vivem e crescem árvores nuas
Sem pena nem medo sem viaduto nem chá
Sem São Paulo e parentes
sem vida minha antiga
não posso nunca mais te deixar sozinho.
Que você se joga junto
e eu caio de pé
quebro os joelhos
e morro vazia.
Volta.
E deita comigo.
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