Era tal a quarta-feira de janeiro a escolhida pra varrer de
si o peso, da mágoa. Quarta-feira de consciência branca. Que se afoguem as
culpas, que escolha teve o moço se não a de se livrar dos vícios. Mas ó,
pequenino, se esqueça de tudo, se encontre com ela, faz de seu amor caridade,
de seu afago, pena. Ela rasteja, mendiga pesares, alimenta-se de seus olhares
de ânsia, duvida de seu próprio cuidado, quer é ser recusada. Precisas de
qualquer outra coisa além de um afeto cego? Infantilidade pura, seu desprezo é
sua fissura. Ela quer seus contos de fada, sua moral estragada, sua estupidez
ensaiada. Cansou dos suplícios, viciou-se nos cortes nas taças quebradas, nos
queijos e vinhos, que mais se quer além de luxúria, sumiço. Não quer um par,
quer todos. Todos os pecados, todos os malditos, todos os fugazes, todas as
tentativas pequenas. Tudo o que for infundado. Se tiver fundamento, corra. Ela
logo lhe toma o orgulho e lhe fere com as unhas cobertas de nada.